De acordo com o coronel Paúl, várias denúncias foram enviadas a ele relatando as condições das viaturas e o longo período em que elas estão paradas no pátio do CFAP, que fica localizada na Avenida Marechal Fontenelle, 2906, em Sulacap. O oficial afirma que as informações apontam para um estado de sucateamento dos carros, que estariam sem rádio comunicador e alguns deles com problemas mecânicos. "As pessoas estão me contando que as viaturas estão sem rádio [comunicador], por esse motivo estão fora do policiamento na cidade", conta o oficial.
Em uma postagem no seu blog, o coronel Paúl questiona os motivos pelos quais as viaturas não estão operando no policiamento ostensivo no Rio e mostra fotos que, segundo ele, foram feitas na manhã desta terça-feira (3), por um policial que não quis se identificar. "O que centenas de viaturas da Polícia Militar, várias danificadas, estão fazendo paradas no CFAP e não estão sendo empregadas no policiamento ostensivo, o que caracteriza mais uma vez o mal uso do dinheiro público?", diz a postagem.
A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Rio esclareceu em uma nota que o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças cedeu o local para o Batalhão de Campanha ficar alojado durante os jogos da Copa do Mundo. O Batalhão possui 2000 homens.
Outros episódios envolvendo viaturas da PM
No dia 15 de maio, o Jornal do Brasil publicou uma reportagem informando que o Ministério Público do estado havia instaurado uma ação civil pública contra o Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame, pedindo o bloqueio de seus bens e a suspensão dos direitos políticos por oito anos. De acordo com as denúncias do MPE, Beltrame e a sua ex-colaboradora, Susy das Graças de Almeida Avelar, podem ter cometido crime de improbidade administrativa, investigado pela 7ª Promotoria da Tutela Coletiva e pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, que encontrou indícios de superfaturamento de preços em três contratos assinados pela Secretaria de Segurança (Seseg) e duas empresas do grupo Júlio Simões. Os contratos foram assinados para a aquisição, gestão e manutenção de viaturas policiais.
Os contratos entre a Seseg e o grupo Júlio Simões foi no período de 2008 e 2009 e denunciados ao MPE pelo coronel Paúl, em 2009. Paúl teve acesso ao conteúdo do contrato e afirma que as cláusulas garantiam uma negociação "casada", ou seja, para compra e manutenção da frota da PM. O oficial revelou também que o comando da PM, naquela época, não aceitou o acordo, que foi repassado e firmado com a Seseg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário