A Copa do Mundo de futebol começa hoje em São Paulo sem que dois personagens centrais de sua organização possam sequer aparecer no telão do Itaquerão, ou terem suas presenças no estádio anunciadas, justamente os que pensavam em retirar do evento dividendos políticos, cada qual à sua maneira: a presidente Dilma, candidata petista à reeleição, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, também almejando mais uma recondução ao cargo.
Outro grande ausente da cerimônia de abertura será o ex-presidente Lula, responsável pela construção do novo estádio e torcedor fanático de futebol, mas sem condições de se expor ao público sem correr o risco de uma vaia. Aliás, é de se notar que nenhum candidato à Presidência da República pretende dar as caras no estádio.
Situação distinta da que passou o então governador de Alagoas, Fernando Collor, que escolheu o desfile de escolas de samba de 1988 para testar sua popularidade, e foi amplamente vitorioso na ocasião, pavimentando o caminho para sua eleição à Presidência da República no ano seguinte.
Aconselhados pela vaia que levaram na abertura da Copa das Confederações, Blatter e Dilma preferiram o anonimato, ambos utilizando-se de cerimônias em recinto fechado para fazerem seus pronunciamentos oficiais. A presidente Dilma usou a prerrogativa do cargo para se defender das críticas em cadeia nacional de televisão, sem possibilidade de reação da plateia.
Blatter enfrentou a oposição europeia à sua permanência no cargo ao comandar a cerimônia oficial da assembleia da Fifa, e não contou com a solidariedade da presidente Dilma, que pretextou uma providencial gripe para não comparecer à reunião como prometera a ele.
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