quarta-feira, 17 de julho de 2013

Medo de manifestações deve mudar roteiro do papa no Rio

A menos de uma semana da chegada do papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, o risco de manifestações de rua e a preocupação com a segurança devem alterar a agenda do pontífice no Rio.

Os responsáveis pela proteção ao papa no Brasil --Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Exército e Polícia Federal-- discutem com a equipe do Vaticano alterações na programação para preservar a comitiva oficial e os fiéis que estarão na cidade.

A principal mudança envolve a solenidade de boas vindas a Francisco, com a presença do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, prevista para as 17h de segunda-feira no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.



Policiais e militares entendem que o prédio não é seguro. Para o mesmo local, está programado encontro reservado do papa com a presidente Dilma Rousseff.

O palácio é alvo de vários protestos e uma manifestação contra os gastos públicos no megaevento católico já foi convocada pelas redes sociais. Uma das opções estudadas para a recepção é a Base Aérea do Galeão onde o papa desembarcará.

Desde o início das manifestações, a ideia da equipe de segurança é reduzir ao máximo o deslocamento terrestre do papa no Rio.

A equipe teme que o pontífice fique retido no meio de uma manifestação. Estão em debate a suspensão de alguns compromissos e a troca de locais, com aviso aos convidados na última hora.

A recepção para empresários, políticos e representantes da sociedade, marcada para o Theatro Municipal, no centro, por exemplo, dependerá da acolhida popular no início da jornada.

A festa está prevista para o sábado, dia 27, logo após uma missa na catedral metropolitana. O papa faria o trajeto de pouco mais de um quilômetro de papamóvel.

Apesar da tensão com os iminentes protestos de rua, o Vaticano pretende evitar grande aparato militar em torno do pontífice.

Ontem, a Polícia Federal recebeu o pedido da igreja de dispensar a equipe de intervenção tática (formada por policiais de fuzis) do comboio que acompanharia Francisco em Copacabana. Haverá apenas policiais com pistolas nos veículos próximos.

Folha de São Paulo

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