segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Com cancelamento de refinarias, Brasil vai aumentar importação de combustíveis

RIO - O escândalo de corrupção na Petrobras criou um novo efeito colateral: adiou a meta de autossuficiência na produção de derivados (diesel e gasolina), que a Petrobras previa atingir até 2020. O cancelamento e o adiamento de quatro refinarias da Petrobras vai resultar já neste ano em um aumento de mais de 27,5% nas importações de diesel, de acordo com estimativa feita pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Em 2016, a balança comercial do setor será ainda mais negativa, quando se prevê uma alta de 43% nas compras do combustível, aumentando a dependência do Brasil, na avaliação de especialistas do setor.
A expectativa é que o consumo aumente entre 3% e 5% neste ano - Editoria de arte
Na semana passada, a Petrobras anunciou o cancelamento das refinarias Premium I (no Maranhão) e II (Ceará), além de ter suspendido a segunda unidade da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que estava com 91% das obras concluídas e tinha previsão de entrada em operação em meados deste ano, com capacidade para processar 115 mil barris/dia. No Rio, o Comperj terá seus investimentos reduzidos.
Haroldo Lima, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, lamentou a suspensão dos projetos, destacando que o país volta à era pré-Lula:
- O ex-presidente Lula tentou fazer quatro refinarias. Agora voltamos à situação anterior, quando o país passou 33 anos sem novas refinarias.
O cancelamento dos projetos ocorre num momento em que a demanda por combustíveis segue forte. A expectativa é que o consumo aumente entre 3% e 5% neste ano, após crescer 5,6% em 2014. Segundo um especialista do setor, o Brasil importa 15% do total consumido, de 2,4 milhões de barris por dia. Sem esses projetos, o Brasil correria o risco de elevar a dependência acima de 20%, o que deixaria o país vulnerável em termos estratégicos. Mesmo com a retração da economia no curto prazo, a expectativa é de que a demanda continue em alta nos próximos anos.
- Sem esse projetos, o Brasil passa a ser um importador enorme, não só de gasolina e diesel, mas de nafta petroquímica e querosene de aviação (QAV). E, com isso, corre o risco de se tornar um México ou um Irã, exportador de petróleo, já que teremos aumento de produção com o pré-sal, e importador de derivados - disse Alexandre Szklo, professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ.


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