quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gangue dos Guardanapos monta a Gangue da Arapongagem



O deputado Geraldo Pudim (PR - RJ) fez ontem da tribuna da ALERJ graves denúncias, que confirmam a espionagem que o grupo de Sérgio Cabral montou com policiais civis e federais, envolvendo agências de publicidade que trabalham para o governo do Estado. É um caso gravíssimo. Até para não proporcionar aos integrantes dessa quadrilha pistas das providências que estamos adotando, vamos apenas reproduzir o discurso, mas posso assegurar que as medidas legais a gangue da arapongagem já estão prontas e serão levadas na próxima semana às autoridades competentes para julgá-la.

Senhoras e senhores Deputados 

Venho a esta tribuna movido pela indignação. A denúncia que trago neste momento só encontra paralelo no que existiu de mais ilegal e inconstitucional na escuridão dos porões da ditadura militar. Fatos graves, e que certamente provocarão desdobramentos imprevisíveis, caso não sejam tomadas as providências necessárias e urgentes por parte das autoridades responsáveis devem ser denunciados à esta egrégia casa legislativa. 

Há alguns meses atrás, conforme noticiado fartamente, um homem foi flagrado espionando dentro do estacionamento do hotel onde me hospedava em Copacabana. Esse homem, por uma estranha coincidência, já foi funcionário da empresa MARTE Consultoria, a mesma que está contratada pela ALERJ para fazer varreduras em nossos telefones, mas cujos sócios respondem a processo por realizar escutas ilegais. É a raposa tomando conta do galinheiro. 

A delegada chamada ao local, mesmo diante daquelas evidências, seguindo orientação do seu titular, não revistou o carro do suspeito e permitiu que ele fosse embora, instaurando inquérito para apurar os fatos posteriormente. Ora, como é que os fatos são graves para justificar a instauração de um inquérito, mas não justificam a revista de um veículo? 

O inquérito não prosseguiu, ainda que existissem provas contundentes, cabais, do ilícito praticado. Para piorar, tomamos conhecimento de que ações como essa prosseguem, incentivadas pelo governo do Estado, em conluio com empresários e alguns maus profissionais da imprensa. 

Anteriormente, o ex-governador Garotinho, líder da bancada do PR, foi surpreendido com as informações publicadas em revista de circulação nacional, que demonstravam com incrível cinismo, que o Secretário de Segurança Beltrame, de forma ilegal, inconstitucional e, portanto, criminosa, o estava espionando. A investigação de Beltrame equivale a um patrulhamento político e ideológico sobre os adversários do governo, agindo irresponsavelmente e afrontando a Constituição, porque todos sabem que apenas o STF autoriza investigação contra deputado federal. 

Ora senhoras e senhores, se esta absurda, irresponsável e criminosa espionagem atinge os princípios basilares da democracia, do estado de direito e da liberdade parlamentar que neles se alicerça, ficamos a imaginar o que não estará acontecendo com o cidadão comum, contra aqueles que não estão cobertos pelas imunidades outorgadas em nossa Magna Carta. 

Tal conduta carrega consigo o viés da marginalidade oficial, fazendo com que nossas leis sejam jogadas na lata do lixo por quem, em tese, deveria ser o primeiro a defendê-las e preservá-las, mas, ao contrário, age como bandido. O que podemos esperar de homens que conduzem e instigam seus subordinados a se utilizar dos meios que o estado lhes proporciona para perseguirem seus desafetos políticos? 

Pois saibam as senhoras e os senhores deputados aqui presentes, que esta semana, lamentavelmente, acabamos de receber denúncias de que o governo de Sérgio Cabral vem custeando com dinheiro público um grande trabalho de espionagem paralela contra seus opositores. 

O esquema funciona dentro das empresas FSB e PROLE, contratadas pelo governo do Estado para tratar de propaganda e assessoria de imprensa, mas que acobertam uma estrutura criminosa de espionagem política e de fabricação de dossiês. 

As verbas destinadas a essas empresas são milionárias. Elas já receberam do governo Cabral quase 170 milhões de reais. Esse dinheiro público está sendo usado escancaradamente para pagar ‘arapongas’, detetives particulares, policiais e comprar informações. 

Vários jornalistas também já foram contratados para se debruçar sobre os dossiês fabricados pelo grupo e transformá-los em matérias jornalísticas deturpadas, inventadas, com o viés fácil do escândalo mentiroso e infamante. 

Além disso, também o dinheiro que sai dos cofres do Estado para as empresa FSB e PROLE também está sendo usado para irrigar um esquema de corrupção de jornalistas, principalmente vinculados às organizações Globo. A ordem de Cabral para seus asseclas que se prestam a esse papel é destruir a candidatura de garotinho ao governo do Estado. Segundo a pessoa que me fez a denúncia, a orientação é “sangrar o inimigo até a morte”. 

Prova disso é o destaque desproporcional que foi dado pelo trio perverso formado pela revista ÉPOCA, jornal EXTRA e rádio CBN ao episódio envolvendo o dono da empresa GAP que presta serviço em Campos, mas que também é fornecedora da ALERJ e até da Polícia Civil. 

A revista publicou a matéria, omitindo que essa empresa fornecia para outros órgãos e tentando vinculá-la exclusivamente a Garotinho. No dia seguinte, numa jogada ensaiada, os demais veículos de comunicação do mesmo sistema repercutem a matéria e tentam aumentar seu impacto. Qualquer aluno de jornalismo que olhar para a capa do jornal EXTRA do dia 21 de maio irá perceber que a matéria ganhou um destaque (com foto enorme de Garotinho na primeira página em moldura vermelha) que vai muitíssimo além do interesse jornalístico. 

Recebi também denúncias oriundas da própria Secretaria de Segurança, por intermédio de agentes policiais revoltados, de que continuam as atividades de espionagem naquela Secretaria, que vem se utilizando de elementos do aparato repressor estatal, cooptados a troco de promoções e benesses, para realizar investigações oficiosas e escutas telefônicas, inclusive contra este parlamentar que vos fala, além de fotos e filmagens. 

Ao menos três nomes de policiais que prestam serviços ao Palácio Guanabara já vieram à tona: o ex-policial civil MIGUEL LAINO, expulso por corrupção no início desse ano; o inspetor da Polícia Civil FERNANDO CESAR JORGE BARBOSA, indiciado na CPI do narcotráfico, e o escrivão da Policia Federal TARIMAR GOMES CUNHA, os dois últimos com cargos no Gabinete Civil. Todos possuem um padrão de vida nababesco, apesar de seus salários. 

Para piorar, fomos informados de que esse esquema obtém dados sigilosos de servidores da Receita Federal, que vem fornecendo material obtido através da quebra ilegal de sigilo fiscal e que atinge pessoas ligadas a nós e ao nosso partido, principalmente ao deputado Garotinho. Os fatos são graves, mas não é a primeira vez que o sistema repressor é usado de forma partidária, talvez não seja a última. Todas essas medidas vergonhosas tem origem no Palácio Guanabara. 

Quando penso que parte daquelas pessoas que participam da grande mídia se vendem para um governo corrupto e, depois, tem a coragem de falar em liberdade de imprensa, tenho náuseas. São as mesmas pessoas, os mesmos repórteres que vem recebendo dinheiro do desgoverno Cabral para blindar muitas das suas ações ilícitas. Não é difícil identificá-los. 

Se faltando um ano para o início do processo eleitoral, a ditadura da gangue do guardanapos que se instalou neste estado, se utiliza da estrutura administrativa, usando agentes do aparato repressor e jornalistas, pagos através das verbas milionárias que irrigam as empresas FSB e PROLE nesta vil tarefa, podemos aguardar gravíssimas ocorrências nos próximos meses. 

No entanto, se a lei não mostra a sua face no Rio de Janeiro, não tenham dúvidas de que ela existe nas instâncias superiores da Justiça. Não nos amedrontam ameaças, partam de onde partirem, pois começaremos a agir e com todos os meios à nossa disposição para fazer frente ao banditismo oficial, daquele tipo que só interessa aos que, aterrorizados pela perspectiva de uma derrota, temem que a perda do poder não só acabe com o saque perpetrado contra os cofres do nosso estado, mas principalmente, e é isto que realmente os atemoriza, e que os deixa em pânico: que com a perda do mandato cesse a imunidade e o tráfico de influências, que os vem mantendo fora das cadeias.

*Do Blog do Garotinho (aqui)

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