sexta-feira, 17 de maio de 2013

Violência no campo traz comissão agrária à região


A violência no campo no Estado do Rio, que registrou em Campos o assassinado de quatro integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reuniu nesta quinta-feira no auditório da Universidade Federal Fluminense (UFF), no município, a Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, presidida pelo ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino da Silva Filho. 

Os crimes e a venda irregular de lotes do Assentamento Zumbi dos Palmares, assuntos em pauta na audiência, foram tema de matéria divulgada em O Diário, no mês de março deste ano. Na ocasião, a coordenadora estadual do MST, Marina dos Santos, falou sobre denúncias da participação de policiais militares e integrantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na venda de lotes, ações de jagunçagem e pistolagem na região. 

Segundo o ouvidor agrário no Estado, Pablo Pontes, o assassinato do líder do MST Cícero Guedes dos Santos, na noite do dia 25 de janeiro deste ano, no assentamento Luiz Maranhão, nas terras da extinta Usina Cambaíba, deu início a uma série de investigações para apurar ameaças sofridas por integrantes do movimento, os assassinatos e a venda irregular de lotes. 

Relatórios à PF, MPF e ao Incra

Pontes falou sobre a apuração. "Duas sindicâncias que investigam a venda de lotes e o envolvimento de funcionários do Incra. Os resultados foram encaminhados à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Incra". 

O ouvidor estadual esclareceu que as sindicâncias levaram o Incra a instaurar dois processos administrativos disciplinares contra os envolvidos, mas por se tratar de investigação que corre em segredo de Justiça, não foram divulgados os nomes. Interlocutor entre MPF, PF e demais órgãos de segurança, a Ouvidoria Agrária, cujo telefone é (21) 2224-6363, encaminha as denúncias e necessidades da população agrária. 

Na audiência, representantes do MST, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) e produtores rurais do Açu, em São João da Barra, solicitaram providências em relação à questão da salinização. A comissão informou que o assunto será discutido na próxima audiência, a ser agenda e que contará com as partes envolvidas, inclusive representantes das empresas do Grupo EBX. 

Outros casos - Além do assassinato de Cícero, mais três homicídios em Campos. No dia 30 de novembro de 2011, o líder do assentamento Manoel Barbosa, em Sapucaia, Carlos Corrêa Niazini, 46 anos, o Carlinhos, foi assassinado com seis tiros, por volta das 6h30. Ele estava em companhia de Joais da Silva, 25, que foi socorrido, mas morreu no Hospital Ferreira Machado. Já no dia 6 de fevereiro último, Regina dos Santos Pinho, 56, foi encontrada morta em casa, no Assentamento Zumbi 4, na Fazenda Campelo, após ser asfixiada.

*Do site O Diário (aqui)

Nenhum comentário:

Postar um comentário