domingo, 17 de agosto de 2014

Uma memória privilegiada: entrevista com Suledil


Suledil 4O tempo passa e sua memória continua privilegiada, com tudo armazenado e pronto para ser apresentado a qualquer momento, sejam números, valores ou datas. Ainda bem que é assim, porque seu forte não é a informática, por isso anda com um papel no bolso e uma inseparável caneta, uma espécie de “notebook da idade da pedra”. Brincadeiras à parte, o professor, articulador político e atual secretário municipal de Governo, Suledil Bernardino da Silva, didático como exige sua profissão, tem resposta para tudo, entusiasmado com as transformações que vem passando o município.
Para isso cita a Revista MultiCidades, que mostra Campos suplantando quatro capitais da região Sudeste (Vitória, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo) em termos de investimentos. E quando o assunto é política, também não titubeia, afirmando que a oposição da Câmara de Vereadores tem a crítica pela crítica. E só isso, nada mais, sem trazer nenhum tipo de investimento para a cidade, correndo o risco de caírem no ostracismo político. Sobre a atuação da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho como coordenadora política, ele também tem seus argumentos.
Campos 24 Horas – Vamos começar falando de problemas. Essa história de atraso no repasse dos royalties é todo mês?
Suledil  Bernardino– Não é história, é fato. Todo mês, desde fevereiro passado, que o governo federal vem atrasando o repasse para fazer superávit primário. Por isso corremos risco de perder o repasse de dezembro, o que frustraria a previsão orçamentária da prefeitura no ano de 2013. O mês de dezembro tem que ser pago dentro do ano, porque, senão, caso aconteça em 2014, o repasse será bem menor.
Campos 24H – Mas, na prática, o atraso implica em que?
Suledil – Nos pagamentos que a prefeitura tem que fazer aos seus prestadores de serviço, pagamento de mão de obra terceirizada, locação de equipamentos, entre outros. Sem falar nos repasses para hospitais conveniados e muito mais…
Suledil 2Campos 24H – E qual ou quais as prioridades da prefeitura hoje no contexto dos royalties?
Suledil – A prefeitura tem como prioridade usar os royalties para infraestrutura da cidade, por se tratar de indenização. Veja bem. Somente nesta segunda etapa do Programa Morar Feliz serão investidos quase meio bilhão, além do investimento em saúde pública através do saneamento básico, por meio do Programa Bairro Legal. E, ainda, reorganização das principais avenidas da cidade, visando melhor mobilidade urbana e acessibilidade. Tem também a construção de novas unidades escolares (escolas e creches modelos), com a prefeitura operando em sua capacidade máxima de investimento, em torno de 20%-ano.
Campos 24H– O senhor fala muito em transformação do município. Exemplos….
Suledil – São muitos. Só este ano a prefeitura já entregou 28 obras. Exemplo, a primeira etapa da Nova Nazário Pereira Gomes. Bairro Legal na Estância da Penha e no Solar da Penha, primeira etapa do Bairro Legal de Goytacazes, recuperação e construção de novas estradas, macrodrenagem em Rio Preto e muito mais. Isso significa aperto orçamentário e financeiro, porém, redundando em benefícios para toda a população.
Campos 24H – E a saúde, sempre tão criticada?
Suledil – Também temos investimentos. Temos a construção da nova emergência do Hospital Geral de Guarus, construção do hospital da Baixada em Goytacazes, construção de UBS 24h na Penha, entre outros. Sem falar dos investimentos sociais que não ficam no esquecimento no nosso governo.
Suledil 1Suledil 5Campos 24H– Quais investimentos sociais?
Suledil – A Passagem Social, por exemplo, já custou aos cofres públicos mais ou menos 140 milhões nos últimos cinco anos. No Cheque Cidadão, que é um programa de transferência de renda, houve investimento de quase 180 milhões no mesmo período, beneficiando mais de 20 mil famílias. Tem, ainda, a contratualização de serviços na área de saúde já ultrapassando 150 milhões também em cinco anos.
Campos 24H– A área da educação também sempre é alvo de críticas…
Suledil – Hoje a prefeitura tem cerca de 8 mil crianças somente na rede de creches o que, em termos absolutos, só fica abaixo da cidade do Rio de Janeiro. Sem falar que já foram entregues 14 creches e este ano foram entregues em Saturnino Braga, Penha, Jóquei II e Aeroporto, além de outras sete com recursos do governo federal em obras e mais duas com recursos do Fundeb, no parque saraiva e na Aldeia, totalizando nove. Tem também escolas-modelo em construção no Parque Saraiva, Ponta da Lama, Eldorado e Codin, sendo já entregues cinco unidades novas. Em termos de investimento percapta Campos durante três anos vem superando o Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo, ficando atrás de Duque de Caxias, cidade detentora da refinaria de petróleo e do pólo petroquímico e que tem arrecadação própria superior a Campos.
Campos 24H– Mudando de assunto, como o senhor vê diversos vereadores candidatos? Não pulveriza muito os votos?
Suledil 6Suledil – Dois vereadores são realmente candidatos, para estadual o Gil Viana e Albertinho e, para federal, Jorge Magal. Isso tem o lado positivo e o negativo. O positivo é que se consegue aproveitar mais o índice de votos da cidade. O negativo é que, somada a concorrência dos candidatos de fora, além de acirrar a disputa local, pode inviabilizar a eleição de deputados para representar a cidade na Alerj e Câmara Federal.
Campos 24H – Mas, partindo desse princípio, não afeta a candidata Clarissa Garotinho e o candidato Paulo Feijó?
Suledil – Não necessariamente. Pela sua trajetória política, Clarissa terá votos nas 92 cidades do Estado, levando-se em conta, ainda, seu sobrenome, vinculado a dois ex-governadores que deixaram marcas em seus governos. Sem contar que é filha da terra. Quanto a Paulo Feijó, ele deve ampliar sua base de votação no Norte e Noroeste Fluminense, porque há anos e anos tem dedicado e assistido a inúmeros municípios da nossa região.
Campos 24H – Ainda falando em política, o senhor começou criticando a oposição da Câmara de Vereadores…
Suledil  – Sim, porque até hoje ela não trouxe nenhum investimento para Campos por parte dos governos estadual e federal e não tem mandato propositório, só a crítica pela crítica, o que não leva a lugar nenhum. Ao persistir nesta conduta, essa oposição aí pode estar cometendo erro estratégico que poderá custar caro nas próximas eleições, quando eles tentarem uma reeleição ou ampliação de espaços na política local. Vocês da imprensa já constataram a vinda de algum secretário de Estado a Campos, ou algum ministro, para uma agenda positiva, que tivessem vindo através desses vereadores? E desconheço qualquer recurso que tenha sido conseguido por eles junto aos governos que já citei, em benefício da cidade.
Campos 24H– Como o senhor vê uma prefeita como coordenadora política? Não é muita função para uma pessoa só?
Suledil – A prefeita da cidade é, por natureza, a principal líder política e é também natural que exerça sua liderança no sentido de influenciar o processo eleitoral. No caso de Rosinha Garotinho, tem todas as credenciais, por ter sido secretária de Estado e governadora do segundo maior estado do país. E, ainda, detentora de lastro político em todos os municípios que compõem nosso Estado, porque como governadora, deixou marcas de governo nos quatro cantos do Estado do Rio. Ela tem dedicado os finais de semana a percorrer cidades do Norte e Noroeste Fluminense com área de abrangência de sua coordenação delegada pelo seu partido, o PR. Mesmo assim, tem dispensado atenção a administração, entregando obras, fazendo lançamento de outras, realizando reuniões permanente de trabalho em seu gabinete, despachando, enfim, trabalhando normalmente.